sábado, 7 de janeiro de 2017

5 de Janeiro....

Mais um aniversário sobre o meu ingresso na carreira militar...e parece que foi ontem que passo aqueles portões e sou mais um. Desde a entrega dos papéis para incorporar aquele corpo de tropas e cumprir o serviço militar obrigatório...em 2004 garantidamente que não queria estar ali, abandonado pelos próprios pais na entrada daquele aquartelamento, mesmo depois de ter ouvido que reunia as condições para incorporar nas elites de Portugal, não era aquilo que eu queria, era muito....sabichão, sim eu próprio padecia do síndrome de parvoíce "adolescência" .
Tenente Gomes de Trás-os-Montes e 2ºSarg Machado, ribatejano do entroncamento eram quem comandavam as tropas, as minhas tropas e recordo tudo, desde a "injeção de cavalo" ao frango assado que tive como ultima refeição antes do Juramento de Bandeira, que se viria a realizar no mês de Fevereiro.
Sou um homem de datas, momentos, boas e más lembranças, fazem parte do meu reportório de vida. Durante a minha carreira militar, que ainda não chegou a meio tenho inúmeras datas como já o escrevi anteriormente em posts que faço sempre questão de recordar, todos os anos, mas este ano tem algo que me assombra a memória, todos os camaradas que tive. Recentemente foram enaltecidas as minhas qualidades, aos olhos de alguém com quem privei durante o meu CFS (curso de formação de sargentos) após um dos seus discursos de despedida do ativo na vida militar, ativo pois....não existem ex-militares, e penso em todos aqueles que por falta de uma pontinha de sorte não conseguiram a entrada para os Quadros Permanentes.....é triste ver pessoas com capacidades excecionais darem o ultimo nó nas botas. Dispensarem militares ao fim de 6/7 anos para mim não tem qualquer tipo de lógica, é dinheiro em formações no lixo, pois um militar, seja qual for a sua especialidade, com o passar dos anos vai sendo melhor, mais profissional nas suas competências, opinião minha claro, pois é como um diamante a ser lapidado durante anos e anos até atingir a forma, obviamente que há diamantes que estalam e já de nada servem, mas é como tudo, num salame as fatias não são todas iguais.
Sobre o meu percurso no serviço militar obrigatório, antes de todo o resto que irei (mais uma vez) escrever num futuro próximo, guardo com alguma saudade um camarada, o Parreira. Bruno Parreira fui procura-lo em 2014 ao Baixo Alentejo, passados 10 anos....procurei...perguntei...e não desisti, o Parreira que conheci em tempos já não era o mesmo, aquele corpo franzino deu lugar a um rapaz obeso, devido ao seu consumo de drogas e efeitos colaterais das mesmas "arrumaram-no" em casa, mas aqueles olhos azuis verteram lágrimas quando me viu após abrir a porta lá de casa e ouvir da minha boca " lembras-te de mim...? " , os anos passaram mas a memória por vezes fica imaculada.....

Sem comentários:

Enviar um comentário